A mucosite (reação inflamatória da mucosa) é um dos efeitos colaterais mais comuns de quem está a ser alvo de quimioterapia e radioterapia no tratamento do cancro.
Este problema caracteriza-se pelo aparecimento de manchas e feridas na boca, que podem ser bastante dolorosas e limitadoras.
Quer ficar a saber mais sobre este assunto? Então este artigo pode ser muito interessante para si.
Entre outras coisas, descubra quais são os principais sintomas que a mucosite provoca e como a pode tratar e prevenir.
Vamos a isso?
O que é Mucosite?
Por norma, a mucosite provoca uma inflamação severa na mucosa. É muito comum que os sintomas se manifestem na boca. Ainda assim, também se podem verificar na faringe, laringe ou até no esófago.
Esta condição de saúde caracteriza-se pelo aparecimento de manchas vermelhas (eritema) e, em certos casos, úlceras (feridas). Por isso mesmo, é frequente afetar a fala e também a alimentação.
Também pode causar dores intensas, febre e sangramento, sendo um dos efeitos colaterais mais comuns para quem faz quimioterapia e radioterapia no tratamento do cancro.
Além disso, pode ser uma “porta aberta” para a entrada de bactérias na boca, prejudicando a saúde com possíveis infeções secundárias.

Que diferentes graus existem?
A OMS divide a mucosite e 5 diferentes graus:
Grau 0: Sem alterações;
Grau 1: Dor e eritema (existe inchaço e vermelhidão na mucosa);
Grau 2: Eritema e úlceras (os pacientes apresentam pequenas feridas e têm dificuldades em comer alimentos sólidos);
Grau 3: Úlceras (feridas graves – apenas é possível realizar-se uma dieta líquida);
Grau 4: Requer internamento (o paciente não se consegue alimentar).
Mucosite peri-implantar
Sabia que os implantes dentários também podem desencadear um problema chamado de mucosite peri-implantar?
É verdade. Esta é uma doença inflamatória que atinge os tecidos moles que circundam os implantes osseointegrados, embora não causem perda óssea.
São vários os estudos que indicam que a acumulação de placa bacteriana nos implantes faz aumentar a probabilidade deste problema.
Nesse sentido, as consultas de orientação e acompanhamento no Médico Dentista, tal como uma higiene bucal cuidada, são fundamentais na prevenção da mucosite peri-implantar.
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Que sintomas provoca?
Os sinais e os sintomas da mucosite podem variar de pessoa para pessoa.
Contudo, os mais comuns são os seguintes:
- Boca e gengivas vermelhas e inchadas;
- Feridas e sangramento na boca (incluindo nas gengivas ou na língua);
- Dificuldade em falar e em comer;
- Dores na boca e garganta;
- Gosto mau na boca;
- Muco mais espesso.

Por que é comum aparecer durante tratamentos oncológicos?
Tal como já foi dito no início deste artigo, infelizmente a mucosite é um dos efeitos colaterais mais comuns durante o tratamento oncológico.
Estima-se que ocorra em 20% a 40% dos pacientes que recorrem à quimioterapia tradicional. Os números são ainda mais preocupantes quando esta é administrada em doses altas (75%).
Por vezes, os sintomas são tão severos que levam a que a terapia seja interrompida.
Mas por que é que aparece? Tudo porque as células dessas mucosas são semelhantes às cancerígenas, sendo que o tratamento não tem a capacidade de diferenciar as “boas” unidades das “más”, o que faz desencadear esse tipo de reações.
Quem pode ter mucosite?
Sobretudo, os pacientes que estejam a fazer um tratamento para o cancro. Os maiores fatores de risco são a quimioterapia e a radioterapia, de alta dose, quando esta é aplicada na região da cabeça e do pescoço.
Que riscos e consequências pode ter?
Em muitos casos, a mucosite prejudica seriamente a qualidade de vida do paciente e, no limite, pode tornar-se até fatal, sobretudo por duas razões: infeções graves e tratamentos contra o cancro atrasados.
Tem cura?
Sim, a mucosite tem cura, mas é muito importante seguir à risca todas as recomendações deixadas pelo médico. O tratamento centra-se muito no alívio da dor e em manter a zona afetada húmida.
Como tratar?
O tratamento da mucosite é, normalmente, realizado com recurso a medicação.
Contudo, também pode ser muito eficaz utilizar elixires bucais, que promovem a limpeza e protegem a boca, bem como sprays ou géis para manter a sua humidade.
Além disso, é imprescindível que se escove e passe o fio dentário de forma muito delicada.

Pode ser recomendada medicação? Se sim, qual?
Sim, tal como já foi referido, a medicação é muito usada no tratamento da mucosite. Para isso, podem ser prescritos analgésicos e anestésicos, tal como medicamentos alcalinizantes.
Nos casos em que a infeção está presente, está recomendada a utilização de antifúngicos e antivirais.

Qual é a dieta que pode fazer?
Se sofre de mucosite, saiba agora aquilo que deve e o que não deve fazer no que respeita à alimentação.
O que fazer?
- Consumir alimentos macios e líquidos;
- Adaptar a consistência dos alimentos mediante as dificuldades de mastigação e deglutição.
- Preferir alimentos frios ou mornos;
- Escolher alimentos ricos em proteína, como o leite e derivados e as carnes brancas;
- Beber muitos líquidos.
Que género de alimentos se deve evitar?
Os alimentos secos e duros, como as bolachas e os cereais integrais, devem ser evitados, tal como as comidas e bebidas quentes e ácidas. Portanto, é importante esquecer as bebidas alcoólicas, os refrigerantes e o café.
Além disso, os alimentos salgados e muitos temperados também não são aconselhados.
Como a mucosite pode ser prevenida?
A melhor maneira de enfrentar este problema é prevenindo-o. Uma má higiene oral, cáries ou gengivite aumentam o risco de sofrer de mucosite.
Portanto, o melhor conselho que podemos deixar é que os pacientes, assim que iniciem o tratamento contra o cancro, devem procurar ajuda nesse sentido, realizando uma avaliação de saúde bucal num Médico Dentista especializado.
Conclusão
Se está a fazer um tratamento contra o cancro, é fundamental que converse com o seu Médico ou com um Médico Dentista especializado sobre como pode prevenir que as feridas apareçam na sua boca.
Além disso, consultar um nutricionista, para saber o que deve comer, também pode ajudar bastante.
E não se esqueça de manter bons hábitos de higiene bucal.
Esperamos que este artigo tenha ajudado a esclarecer todas as suas dúvidas.
Tem mais alguma? Se assim for, está à vontade para entrar em contacto.
Teremos todo o gosto em falar consigo.